Governança corporativa para startups: como funciona?

governança corporativa para startups - cinco pessoas em reunião de negócios

Não é novidade que as startups estão ganhando o mercado em decorrência do uso da tecnologia aliada à inovação, quando pensamos em consumo de produtos ou serviços. 

As startups são modelos de negócios escaláveis que oferecem serviços ou produtos inovadores favorecendo os consumidores e atraindo investidores não somente no Brasil, como também do mundo todo.

E por tal razão, considerando o aumento do número de startups brasileiras, a governança corporativa tem sido primordial para o sucesso destes negócios. 

Por este motivo, decidimos falar mais sobre a governança corporativa e como funciona em relação às startups. Não deixe de conferir a seguir.

As startups no Brasil

Conforme informações da Associação Brasileira de Startups (Abstartups), em 2020, o Brasil contava com 12.700 startups, o que corresponde a um aumento de 27% em relação ao ano de 2018, ocasião em que havia em torno de dez mil empresas.

Em 2011, a Abstartups informou que contava com apenas 600 empresas, de modo que resta evidente o crescimento no ramo no país.

As startups, como dissemos no início, são negócios escaláveis em curto período de tempo e que fazem grande uso da tecnologia em seus processos para solucionar problemas ou aprimorar negócios de maneira inovadora.

Além do fator inovação, investidores do mundo todo são atraídos pelas startups brasileiras, haja vista as condições econômicas no país, em que os juros são mais baixos e há opções facilitadas de pagamento aos consumidores, gerando aumento do consumo, o que não é comum em  outros países.

Investidores são negociadores de risco e, diante das condições econômicas no Brasil, são atraídos pelas facilidades existentes. Vale dizer, quanto maior o risco, maior o ganho. 

Considerando tais fatores, o Brasil é visto como um grande mercado para o consumo, em especial para o e-commerce, o que faz com que os investidores busquem realizar seus aportes em empresas brasileiras inovadoras.

As particularidades do modelo startup

Por serem negócios escaláveis em um curto prazo, as startups podem trazer riscos maiores aos fundadores e investidores e, consequentemente, possuem suas particularidades, que devem ser conhecidas antes de serem apresentadas ao mercado.

As startups são empresas, mas empresas nem sempre são startups. 

Afinal, quais são as particularidades destes modelos de negócios?

As startups são empresas práticas, inovadoras e que geram resultados rápidos. Buscam menos burocracia, disrupção dos padrões tradicionais de empresas e consideram questões subjetivas para a criação do negócio, como os aspectos sociais, ambientais, relações humanas e etc. 

Por tais razões, a governança corporativa, que consiste em etapas de criação e execução do negócio, são diferentes entre uma startup e um negócio comum. 

Startups são baseadas em inovação, valores, propósitos, a fim de que soluções sejam trazidas à sociedade por meio do empreendedorismo. 

É por isso que não é qualquer startup que tem sucesso e que permanece no mercado. É necessário avaliar todos os quesitos que motivam o surgimento do negócio e quais as intenções do respectivo negócio perante à sociedade.

Significa dizer que a governança corporativa, prática adotável por qualquer empresa, se distingue entre uma startup ou uma empresa comum, haja vista que são ideais completamente diferentes.

Evitar problemas nas startups

Diversos problemas podem surgir quando pensamos em startups, seja na criação ou execução do negócio.

Podemos dizer que muitas startups findam em um período de 5 anos, pois não conseguem se manter vivas no mercado. Mas por que?

Isso ocorre porque é preciso realizar um planejamento aprofundado sobre este modelo de negócio, tendo em vista que as startups devem acompanhar as mudanças para se manterem ativas. 

É por isso que o caráter inovador e os empreendedores por trás da startup devem preferencialmente ser pessoas de perfis específicos e/ou devem se juntar a investidores ou empresas aceleradoras de startups com tais características vantajosas ao negócio. 

Daí que entramos no assunto da governança corporativa, essencial para startups como prevenção de problemas. 

O que é  governança corporativa?

Governança corporativa é um conjunto de medidas que tornam a empresa mais forte interna e externamente. 

A governança corporativa é complexa e abrange uma série de aspectos empresariais. No entanto, podemos especificar quatro pilares que perpassam na governança corporativa de startups:

  • Estratégia 

É a visão de médio e longo prazo da empresa, assim como de relacionamento entre os sócios, buscando atingir a fase ideal de escala e crescimento do negócio.

  • Pessoas e recursos

Corresponde ao capital intelectual e os recursos tangíveis ou intangíveis necessários para a construção da empresa.

  • Tecnologia e aspectos de propriedade intelectual

Definição e distinção de ideias de modelos operacionalizáveis, de modo a garantir a sustentabilidade e proteção da inovação criada/pretendida pela startup.

  • Processos e accountability

Definição dos elementos que permitirão o alcance das fases de desenvolvimento e crescimento de forma saudável e consistente.

Estabelecidos os 4 pilares citados, a governança deve atender alguns princípios, a fim de compreensão do negócio e valorização da marca:

  • Transparência
  • Equidade
  • Prestação de contas (accountability)
  • Responsabilidade Corporativa

E por fim, a governança corporativa passará por algumas fases, nas quais a startup poderá mudar e evoluir em diversos aspectos, não sendo imutável ao longo do tempo. As fases são: ideação (antes da operação); validação, tração e escala. 

Não é possível abordar todos os pontos de maneira aprofundada neste espaço, mas de maneira resumida, é importante que você entenda sobre a profundidade das startups quando falamos em planejamento, definição de valor e propósitos, para o desenvolvimento sustentável e escalonado do negócio.

Benefícios da governança corporativa nas startups

A governança corporativa não é exclusiva das startups, mas é fundamental para estes modelos de negócio. 

Como mencionamos acima, toda empresa deve realizar um planejamento prévio do negócio, mas as startups têm suas peculiaridades, tornando-se fundamental a governança corporativa para:

  • Definição de valor do negócio;
  • Adoção de medidas estratégicas desde o surgimento até o escalonamento ideal do negócio; 
  • Prevenção de problemas e conflitos; 
  • Definição de propósitos para cumprimento pelos colaboradores internos e relacionamentos externos com clientes, fornecedores, investidores e etc; 
  • Desenvolvimento do negócio e escalonamento; e, por fim, 
  • Manter-se ativa no mercado, de forma sustentável e consistente.

Para além destes benefícios, destacamos o que julgamos ser o mais importante: a maior facilidade para captação de investimentos. A partir de um modelo de gestão estruturado, será muito mais fácil conquistar e captar maiores investimentos, atraindo investidores mais confiantes devido ao modelo transparente e organizado de gestão.

Como funciona a governança corporativa nas startups

A governança corporativa auxilia desde o surgimento até o desenvolvimento/escalonamento das startups. Muito embora o termo governança corporativa possa parecer algo inviável para a startup, dadas as características rapidamente mutáveis desta, é possível a sua aplicação de maneira distinta. Comentamos um pouco acima sobre as fases das startups e que devem refletir nas fases de governança: 

  • Ideação (antes da operação): basicamente se trata de estudar a viabilidade da proposta, através da análise da viabilidade financeira, estudo da legislação atinente ao negócio/produto/serviço, incluindo a possível necessidade de registro de patente.
  • validação: é quando a empresa começa a ir pro mundo real e para o papel. Devem ser realizados os estatutos, as regras, prepara-se o espaço para acolhimento de consultores ou colaboradores.
  • tração : aqui os processos já começaram e precisam ser fortalecidos através da captação de novos mercados e clientes, o que demanda reforço estrutural e organizacional
  • escala: é o momento em que a startup vai começar a decolar. 

Como citamos anteriormente, a governança corporativa é um conjunto de medidas com finalidades distintas, cujo objetivo é criar estratégias para escalar o negócio. 

A criação de uma startup visa oferecer ao mercado um produto ou serviço inovador, aliado à tecnologia, de modo que faça diferença na vida das pessoas em algum aspecto proposto.

A governança é fundamental para evitar os riscos de encerramento da startup, já que são modelos de negócios dinâmicos e que precisam se adaptar rapidamente às mudanças.

Quando iniciar a governança corporativa nas startups

A governança deve preferencialmente ser adotada na fase pré-operacional, ou seja, na fase de definição do negócio, antes de ser apresentada ao mercado, é o que chamamos acima de Ideação.

Isso porque a primeira etapa da governança é justamente a definição de valores, propósitos e estratégias para desenvolvimento e escalonamento, além da análise de sua viabilidade.

Então, quanto antes ser adotada, melhor. 

Colocar em prática a governança corporativa em startups

A governança corporativa é aplicada por um conjunto de cabeças com profissões e especialidades distintas, mas com características e conhecimentos do empreendedorismo em comum. 

Ou seja, uma equipe multidisciplinar será responsável pela governança corporativa, abrangendo os diversos setores da startup como o administrativo, financeiro, trabalhista, tributário, recursos humanos, relacionamentos com clientes e outros. 

Medidas de governança corporativa para startups 

Algumas medidas que são aplicadas no desenvolvimento da governança corporativa de startups são:

  • Definição dos valores e propósitos; 
  • Criação de Regulamentos e Termos de Conduta nos relacionamentos entre colaboradores internos e terceiros;
  • Definição de estratégias;
  • Estabelecimento de medidas para controle financeiro de entradas e saídas;
  • Criação de normas internas;
  • Estabelecimento de regras para fechamento de negócios com investidores e aceleradoras; 
  • Definição de responsabilidades internas;
  • Definição dos papéis dos sócios fundadores, da participação sobre o negócio e responsabilidades;
  • Definição de medidas para combate a fraudes e corrupção;

Cada uma delas será aplicada no momento ideal, de acordo com a fase em que se encontra.

Compliance para startups

O Programa de Compliance é um conjunto de medidas preventivas que visam melhorar e adaptar um negócio. 

Tem sido muito falado sobre o Compliance, considerando a Lei Anticorrupção e outras normas. 

Significa que, além de benefícios à própria empresa, para fechamento de muitos negócios, principalmente aqueles que envolvem o poder público, o Compliance é requisito e não opção. 

Empresas que não tiverem o Compliance como aliado serão descartadas de grandes negócios.

Considerando que startups desenvolvem-se mediante grandes aportes de investidores, é essencial que a governança corporativa, assim como o Compliance, sejam priorizados, sob pena de morrerem na praia. 

Papel dos gestores na aplicação da governança corporativa

Os gestores têm especial relevância na aplicação da governança corporativa, já que a definição de estratégias e colocação das medidas em prática passarão pela aprovação dos mesmos. 

Ou seja, a mentalidade dos gestores para o fim de adoção da governança corporativa e o papel destes perante o negócio são essenciais para que o negócio alcance o objetivo almejado.

Deste modo, o perfil de um gestor para este modelo de negócio deve estar alinhado com uma gestão voltada para a economia criativa e inovadora, respostas rápidas à desafios, gerenciamento de hipóteses para solução de problemas, com a capacidade de lidar com as mais diversas respostas a estas hipóteses: gerir o acerto e o erro.

Dicas finais para uma boa governança nas startups

Concluindo, podemos te dizer algumas dicas para uma boa governanças nas startups:

  • Defina o valor e qual será o objetivo da marca; 
  • Alie-se a empreendedores com mentalidade inovadora e que se adequem ao seu tipo de negócio;
  • Busque profissionais especializados e adequados para a governança corporativa na prática; 
  • Cumpra o que foi estabelecido para um efeito positivo da governança corporativa.

Nos acompanhe para saber mais sobre o tema, a governança corporativa é um tema bastante abrangente, assim como as startups, com muito material sendo lançado todos os dias.

Ainda tem dúvidas sobre o assunto? Entre em contato conosco! Será um prazer lhe orientar.

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