Mais do que apenas uma tendência no mercado financeiro, a tokenização é o resultado de uma mudança no ecossistema de inovação e dos desenvolvimentos das novas tecnologias, uma vez que esse movimento se baseia numa série de fatores, como, por exemplo, a mentalidade de mercado voltado para colaboração e os avanços tecnológicos.
A tokenização é uma grande evolução da digitalização de dados, de maneira que um token é um registro digital realizado em uma rede blockchain, que seria como uma espécie de banco de dados criptografado, descentralizado e distribuído, que pode ser verificado publicamente, mas não pode ser alterado sem que haja um novo registro.
Ficou curioso para saber mais sobre essa tecnologia no nosso dia a dia e como as empresas podem se beneficiar da inovação? Neste conteúdo vamos esclarecer as principais dúvidas e te mostrar tudo o que você precisa saber para entender a tokenização. Confira!
O que são tokens?
Token é uma palavra que, traduzida do inglês, significa ficha ou símbolo.
Quando você acessa o seu banco através de aplicativos e pelo seu navegador de internet, por exemplo, já deve ter se deparado com esse termo, já que as instituições bancárias utilizam tokens para validar transações financeiras.
Entretanto, o token também pode se referir à representação digital de um ativo, como nesses casos:
- tokens não fungíveis (NFTs) – são utilizados para representar algo único, como uma obra de arte;
- payments tokens – são utilizados nas transações financeiras, como o Bitcoin;
- utility tokens – esses tokens oferecem algum benefício para aqueles que o possuem, como desconto em algum produto ou acesso a uma área reservada de uma festa;
- equity tokens – desempenham uma função parecida com as ações de uma empresa, dessa forma, aqueles que possuem esse tipo de token pode ter direito a receber uma parte do lucro da companhia;
- security tokens – representam ativos negociáveis, como as ações negociadas na bolsa de valores.
Quais os tipos de tokens?
Atualmente, existem 4 principais tipos de tokens como vimos no tópico acima: token de pagamento; token utilitário; token de segurança; e NFTs.
Agora, veremos com mais detalhes cada um deles.
Token utilitário (utilitary token):
Esse é o modelo mais conhecido de tokenização, que repassa ao comprador algum benefício, como acesso a um espaço vip num aeroporto ou até mesmo a compra antecipada de um produto ou serviço que ainda não foi lançado para o público em geral.
Essa categoria permite que o token seja comprado e utilizado dentro de um sistema específico e para apenas uma finalidade.
Token de pagamento (payment token):
Este tipo de token é parecido com o funcionamento de criptomoedas, sendo muito usado para transações monetárias. Com este token, é possível fazer aquisições de produtos e serviços em empresas que aceitam essa forma de pagamento.
Token de segurança (security token):
O token de segurança funciona de uma maneira muito parecida com a oferta de ações de empresas na bolsa de valores, servindo para apoiar algum projeto e dá ao investidor a possibilidade de reverter o valor em dinheiro ou em partes de uma companhia no futuro.
NFT (token não fungível)
O NFT é uma modalidade de token muito recente, mas que já é popular. Este tipo de token confere autenticidade digital única a um arquivo, sendo muito utilizado, principalmente, no mundo das artes para criar propriedade digital de imagens.
O que é tokenização?
A tokenização é um processo que acontece onde se substituem dados reais por outros equivalentes, possuindo o mesmo formato, entretanto, sendo protegidos por uma chave de criptografia.
O processo de tokenização já está ocorrendo em grande parte das transações de pagamentos que realizamos todos os dias. Através de novas leis e determinações, como a Lei Geral de Proteção de Dados, a LGPD, o processo de tokenização vai se tornando cada vez mais popularizado.
Com este processo é possível incrementar a segurança de um negócio, conservando o formato, estrutura e integridade de campos do banco de dados ou repositório.
Podemos utilizar, como exemplo, uma empresa que necessita preservar o nome de um titular, o número de sua conta bancária ou de um cartão de crédito que esteja salvo em seu banco de dados. A melhor maneira de conservar o formato destes dados sensíveis é torná-los ininteligíveis através da tokenização.
Os tokens irão ser gerados de maneira única e aleatória, sem nenhuma relação com os dados originais. Dessa maneira, para conseguir acesso ao dado sensível, é necessário ter permissão de acesso à chave de segurança criada.
Através da tokenização, os dados sensíveis podem ser armazenados e criptografados em um ambiente seguro.
Além do mais, os dados que foram tokenizados podem ser manipulados no lugar dos dados originais para processamento e armazenagem, e, nesse caso, se acontecer alguma violação dos dados, tudo o que será visto serão informações que não fazem o menor sentido.
Entretanto, para as empresas de meios de pagamento, nada muda. Os dados originais continuarão sendo tratados normalmente dentro dos sistemas, mas ficando acessíveis e disponíveis apenas a usuários autorizados, conforme as políticas de permissões de cada área do negócio.
Como funciona a tokenização?
Agora que você já sabe o que são tokens, veja a ordem dos processos da tokenização:
- identificar o ativo que se tornará um token;
- elaborar um contrato jurídico com os direitos do dono do token;
- escolher o blockchain em que o token será distribuído ou comercializado;
- criar os smart contracts, códigos de programação que trazem as cláusulas contratuais;
- fazer a emissão dos tokens na plataforma escolhida;
- fazer a oferta dos tokens na plataforma para que outras pessoas possam comprar esses ativos.
O que pode ser tokenizado?
Como você viu, a tokenização é a migração de qualquer tipo de ativo para o formato digital, ou seja, quer dizer que praticamente tudo pode ser tokenizado!
A título de alguns exemplos, podemos citar:
· títulos;
· commodities;
· fundos de capital de risco;
· imóveis;
· obras de arte;
· cavalos de corrida;
· equipes esportivas;
· propriedades intelectuais.
Tokenização de ativos
A tokenização de ativos acontece quando transformamos um ativo físico em ativo digital. Entretanto, quando dizemos que um ativo foi tokenizado, estamos nos referindo ao fato de que ele recebeu um certificado ou representação digital.
Através desse processo, qualquer objeto ou até mesmo um contrato, por exemplo, pode passar pela tokenização e ter uma autenticação digital. Esse processo, como você viu no tópico acima, consiste em registar dados do ativo em uma plataforma digital, como uma rede blockchain.
Desta maneira, o item com um determinado valor será dividido em frações ou unidades criptografadas e, a partir de então, cada fração poderá ser negociada no mercado financeiro.
A tokenização de ativos é uma tendência no mercado financeiro que cresce cada vez mais, juntamente com a criação de metaversos. Faz parte de um contexto em que as transações comerciais estão se encaminhando para ser não apenas mais virtuais, mas também em espaços descentralizados.
Tokens no mercado financeiro
Como você viu, a tokenização é uma tendência que está começando a movimentar também o mercado de ativos alternativos!
Aliás, no Brasil, a empresa que investiu muito no segmento foi a Mercado Bitcoin: desde 2019, a plataforma negocia tokens de precatórios e de cotas excluídas de consórcio.
Precatórios são dívidas que órgãos públicos criam com pessoas físicas. Por exemplo, imagine que sua casa se situa em uma região que vai receber uma estação de metrô. Para que a construção possa iniciar, o Estado precisa, primeiramente, comprar as casas vizinhas.
Neste momento, o montante financeiro não irá sair de um banco federal e parar na conta corrente de cada dono de imóvel.
Para conseguir efetuar esse pagamento, o poder público precisará emitir um precatório, um contrato que garante que um morador irá receber certa quantia em dinheiro. Dessa forma, a dívida irá para uma longa fila de pagamento, que pode demorar alguns anos.
Uma manobra comum que acontece no mercado é quando o dono da casa decide por não esperar pelo pagamento do Estado, de maneira que essa dívida pode ser negociada antes do prazo de vencimento por bancos e fundos de investimento, que compram as dívidas por um preço mais baixo e as transformam em um ativo financeiro alternativo.
Dessa forma, com a tokenização é como se esses precatórios fossem divididos em vários pedaços pequenos entre diferentes investidores, onde cada um pode comprar uma fração!
Quais as vantagens da tokenização?
A tokenização é capaz de trazer muitos benefícios para aqueles que resolvem transformar ativos reais em digitais.
Uma das maiores vantagens de trabalhar com tokens é que as transações irão ocorrer no blockchain, que é uma plataforma muito segura e transparente, e, dessa forma, garante muito mais credibilidade para os processos e evita adulterações.
Além desses benefícios, o processo de tokenização também possui muitas outras vantagens, que podem ser aproveitadas por qualquer empresa que deseja tornar os seus processos mais ágeis e transparentes:
- reduz custos operacionais, uma vez que os processos são automatizados, não sendo preciso gastar com armazenamento e transporte dos ativos;
- proporciona mais transparência às transações, pois os dados das operações estão disponíveis para todas as partes interessadas;
- garante mais segurança, já que o blockchain é um sistema criptografado, ou seja, muito mais seguro com todas as informações que passam por ele, o que torna muito pequenas as chances de ocorrer uma fraude;
- permite racionalizar os ativos, pois é possível criar um número infinito de tokens;
- aumenta o número de investidores da empresa, uma vez que os tokens também servem para deixar os investimentos mais democráticos.
A tokenização assegura as transações de empresas?
Com toda certeza! Como você pode observar nos tópicos acima, a tokenização de ativos é um caminho sem volta para empresas de todos os tipos e tamanhos entrarem de vez no mundo digital, de forma rápida e segura.
O processo de tokenização consiste em converter qualquer tipo de ativo em formato digital e negociá-lo via plataformas de Blockchain.
Podem passar pela tokenização qualquer coisa que tenha valor ou que possa ser convertido em dinheiro, como: desde ativos tradicionais como títulos, commodities e imóveis, até os mais exóticos como obras de arte e equipes esportivas.
Assim, a tokenização faz com que seja possível negociar ativos com facilidade e agilidade a qualquer hora e dia, já que o mercado dos tokens é ininterrupto.
Além do mais, a segurança trazida pela tecnologia Blockchain mantém os registros das transações em rede. Por ser totalmente descentralizada e criptografada, garante a segurança de todo o processo e se torna menos suscetível a falhas e a ataques maliciosos.
HSM e a tokenização
Outro ponto muito importante a se destacar é que há um consenso no meio tecnológico em relação a eficiência das chaves criptográficas em processos de autenticação de pagamentos com HSM, o Hardware Security Module.
Da mesma maneira em que há a sofisticação dos protocolos de criptografia, existe uma inteligência de segurança e compliance das grandes organizações que adota um reforço, que é chamado de HSM (Hardware Security Module).
De uma forma resumida, o Hardware Security Module é implantado para que seja criada uma camada que isola ao máximo os servidores do sistema principal crítico. Dessa maneira, o HSM faz todo o processamento dedicado das funções de criptografia e fornece uma proteção maior, antecedendo a aplicação das chaves de acesso na interface de autenticação.
Além desse isolamento, existe um grande conjunto de funcionalidades de inspeção, gerenciamento, visibilidade, gestão do ciclo de vida, geração e autodestruição de chaves de acesso, funcionando como um robô capaz de gerar e distribuir chaves temporárias sobre as solicitações de acesso na origem e no destino.
Com o armazenamento e gerenciamento centralizado de chaves, o Hardware Security Module funciona como uma barreira de segurança capaz de conter e prevenir situações de crise, como o descontrole do inventário de chaves.
Além da proteção e gerenciamento das chaves, o Hardware Security Module promove os requisitos de agilidade ao processo, através da geração de trilhas de auditoria, além da execução de políticas de autenticação complexa, seguindo os padrões de conformidade PCI-DSS.
Desta maneira, o HSM aumenta a capacidade criptográfica dos sistemas, além do alto nível de segurança que confere com requisitos de desempenho “frictionless” na execução de funções.
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